Eu fico pasmado com o número de
cristãos, geralmente homens, mas também algumas mulheres, que insistem
em defender o argumento de que tudo o que Deus quer do ser humano é o
coração. Eles imaginam-se sábios e de uma espiritualidade superior.
Pensam que pessoas como nós, que procuram a santidade como um todo,
espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23), nos enganamos quando obedecemos a
Jesus e nos separamos do mundo. Imaginam eles que o importante para Deus
é “somente manter o coração puro”.
Será que esses filhos das trevas
estão tão iludidos que realmente creem que existe algo de bom no coração
humano? Será que não veem que o pecado afetou absolutamente todo o
homem e de uma forma muito especial o coração? Imaginam eles que Deus
aceita o coração deles enquanto o corpo se deleita no pecado?
Aparentemente sim.
Queridos, se tivéssemos como
controlar os desejos do coração, à parte do corpo, o Senhor não teria
nos dado nenhum preceito que envolvesse o físico. Não matarás, não
furtarás, não adulterarás… seriam mandamentos desnecessários pois
bastaria nos dizer: “mantenham o coração santo!” Tendo um coração santo,
naturalmente nos distanciaríamos de todo o pecado, pois é do coração
que procede todo o mal (Mt 15:19).
O Senhor é perfeito na sua criação.
Como não temos como controlar diretamente o nosso coração, o
direcionamos com as ferramentas ao nosso dispor: a mente e o corpo. O
nosso criador sabiamente nos deu uma mente com a capacidade de controlar
a nossa boca, os nossos olhos, os nossos ouvidos… e tudo aquilo que
constitui o nosso eu (Pv 23:19). Ao utilizar o corpo como um instrumento
de controle, privamos o coração de alimentar-se do mal. Assim, pela fé
renovamos o nosso coração de pedra, duro, crendo e agindo em cima da
promessa que receberíamos do Senhor um coração de carne (Ez 36:26).
Cabe aqui uma explicação do que é o
coração do ponto de vista espiritual. O nosso coração é aquilo que
realmente somos. Todos os desejos e sentimentos partem dele. O coração
de Adão e Eva era puro, sem maldade, sem nenhuma inclinação ou desejo
corrompido. Um coração assim é capaz de decidir, por si mesmo, entre o
bem e o mal. Já o nosso coração perdeu essa capacidade (Jr 17:9). Toda a
nossa índole é para o mal, mesmo quando no nosso entendimento estamos
fazendo o bem, no fundo possuímos uma motivação errada (Is 64:6). Por isso precisamos do Espírito Santo para nos direcionar ao rumo certo, contrário ao que o coração deseja (Ez 11:19). Davi era um homem segundo o coração de Deus porque nele estava a unção do Espírito (Sl 51:11).
Amados, sei que esse é um assunto
difícil, mas é muito necessário que entendamos para que não creiamos em
fábulas criadas pelos amantes desse mundo que procuram nos convencer a
abandonar a luta contra a carne. Imploro que não ouçam esses
enganadores. Eles “são escravos da corrupção, pois o homem é escravo
daquilo que o domina” (2Pd 2:19). Lembro-lhes que não temos nada que
possamos oferecer a Deus a não ser a nossa obediência incondicional;
ainda que imperfeita, é a única coisa que Ele pede e a única coisa que
aceitará (Lc 6:46). Se o Senhor permitir, no próximo texto explicaremos
como transformamos o nosso coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário