Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.(1 Timóteo 2:5)

RÁDIO RIOS DE ÁGUA VIVA

13 de junho de 2018

Deus e o sofrimento (Parte 1)


Ando com o Senhor por mais de 30 anos. Durante esse período, já li vários autores cristãos procurando explicar a existência do sofrimento na terra. Geralmente, a dificuldade está em como conciliar algo ruim, como o sofrimento, com um Criador cujo dois dos seus atributos são a onibenevolência (toda bondade) e a onipotência (todo poder). A lógica humana é que se Deus é realmente bom, e se Ele realmente tudo pode, não deveria existir o sofrimento no universo
.
Note que disse “lógica humana” porque a Palavra é clara, e os verdadeiros seguidores de Deus devem aceitar, que não é possível à simples criatura compreender os perfeitos desígnios do Criador: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55:8). Esse fato certamente não nos proíbe o estudo da nossa condição neste mundo e de como ela se encaixa com a verdade já revelada por Deus nas escrituras: “Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento” (Sl 32:9).

“O Senhor não é homem que precisa de plano B, C, ou D. Deus só tem plano A. Tudo o que Deus quer, dá certo na primeira vez. Deus não tenta, ele executa. Deus não sonha, ele determina.“

Qualquer pessoa sabe que existem vários tipos de sofrimentos, mas por causa do pouco espaço que dispomos nestes textos, estaremos falando do sofrimento de uma forma geral. Não faremos muita distinção nesta série entre o sofrimento do culpado, ou seja, a dor que sabemos exatamente porque estamos passando por ela, e o sofrimento do inocente, que é aquele que não se vê nenhuma relação causa-efeito, pelo menos não de uma forma direta. Lembrando que muito frequentemente vemos também casos em que, em um mesmo evento sofre tanto o culpado como o inocente. Independentemente da razão, ou da falta dela, o fato é que o sofrimento existe (Jo 16:33). Não só existe, mas também é uma experiência universal, afetando a todos os seres humanos sem exceção.

Um erro que muitos teólogos cometem é dizer que no “plano original” da criação não era para haver o sofrimento. Como se o mundo onde o sofrimento existe, esse no qual vivemos, fosse o “plano B” de Deus. Embora certamente tenham boas intenções, esse tipo de argumento não tem o menor respaldo bíblico e não passa de uma tentativa frívola de explicar algo muito mais complexo do que querem admitir. O Senhor não é homem que precisa de plano B, C, ou D. Deus só tem plano A. Tudo o que Deus quer, dá certo na primeira vez. Deus não tenta, ele executa. Deus não sonha, ele determina. O Senhor jamais comete enganos.

Além do mais quem é o homem para se ver na obrigação, ou melhor, em posição, de justificar a Deus? (Ec 8:17). A verdade é que, como já expliquei quando falamos dos atributos de Deus, mais especificamente da onisciência, nada ocorre no universo sem que Deus saiba e queira que ocorra (Is 46:10). Isso certamente inclui todo o tipo de sofrimento.

Queridos, por causa do espaço limitado, com a aprovação do Senhor continuarei esse assunto no próximo texto. Por agora, deixe-me lembrá-lo que Deus não atua na nossa vida de uma forma reativa, ou seja, à medida que os sofrimentos surgem. Ele sim, age proativamente, o que significa que os nossos sofrimentos, cada um deles, fazem parte de um plano mestre para nós individualmente, e para a humanidade como um todo (Gn 50:20; Dt 31:8; Is 45:2). A dor que passamos, seja por nossa culpa ou não, servirá no final para um bom propósito. Digo isso porque não é possível algo mau ser o resultado final da obra de um Deus onibenevolente. Quando Deus terminou a criação e viu que “tudo quanto fizera era muito bom” (Gn 1:31), esse “ver” de Deus não se limitou àquele dia, mas à toda a eternidade. Como filhos de Deus, acreditem, pois vocês verão com os próprios olhos, que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Ro 8:28).

 Espero te ver no céu.

Por Markus DaSilva, Th.D.

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